quarta-feira, 13 de abril de 2011

Ana Lúcia (Iana Luc)

Sentiu-se o sonho nascer
Mesmo sendo o rosto, perfeito esconderijo
De matéria irônica e silenciosa
Secreta em não espelhar, maldosa
Ao substituir a falsidade pelo sorriso.

Por que escrever com insinceras palavras
Nutrindo irreais esperanças iludidas
Apenas para esconder o real sentimento
E construir um patético cenário ciumento
Ridículo... Infantil como crianças recém-nascidas?

Deusa menor que uma mortal
Lembrar da sua existência não é pecado
Apenas trilha curta e superficial
Para a inutilidade cruel do sagrado.

Engano na voz, seu nome significa
Instantes de pena e desprezo
Quando o passo rastejante da serpente
Espreita pronta a atingir de modo competente
O homem lutando num universo de medo.

Mundo de coca-cola e amores fúteis
Onde sua presença enche o ar
Com doce e traiçoeira imaturidade
Fazendo o manto da idade
Encobrir a essência vulgar.

Paixão sem muros pode ser aplacada
Apenas com a suave melodia
Apenas com o perfume da sinceridade
Apenas com um brinde a verdadeira amizade
Para além da sua estrada de covardia.

Amor puro, por que lhe oferecer
A um anjo da Profundeza
Quando bem próximo havia
Alva alma: rosa copo-de-leite
Seixo branco da mais branca pureza?

Um comentário:

  1. Meu sincero “obrigado” à fonte de inspiração desse poema: a mulher mais desonesta que já conheci!

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