Autobiografia (Encarnação do amor)
Trovões e relâmpagos não me fazem tremer
Pois sei ter nascido nu de idéias, prenhe de incertezas
Alienado de qualquer obstáculo a temer
Enfrentando medos escritos em tantas faces secretas!
Máscaras não existem em meu rosto
Apenas o amor literal, puro como leite e água
Vazio dos outros corações inflamados
Incendiados pelo mundo que carrego na mente sem mágoa.
Sincero e assustador
Cá estou a conhecer os sons do inverno...
Sigo o destino romântico da flor
Ainda por entre o dantesco inferno
Dos sonhos esmagados na senda
Das estradas em sangue...
Sincero... assustador... sigo a jornada da rosa:
Nascer, pulsar, desabrochar
Levando aos corações inflamados
O adorável perfume do amor perfeito!
Ser sincero... ser assustador... ser a rosa
Eis meu destino: encontrar a dama imperfeita
Captar na imensidão dos seus olhos, a perfeição ausente
E por essa razão amá-la por eternidades incansáveis
Com a mais nobre intenção de jamais ser amado...
Romântico...
Sincero...
Assustador...
Ser a própria rosa divina e sagrada...
Eis meu destino:
Acreditar na infinidade daqueles olhos negros
Visitando minha alma em noites de ardor
Ver as lágrimas que brotam apenas na alma
Ser a própria encarnação do amor!
Armando Santos