quarta-feira, 11 de maio de 2011

Autobiografia - Encarnação do amor (11/04/11 –18h11min – BR 324 – Salvador/Simões Filho)

Autobiografia (Encarnação do amor)


Trovões e relâmpagos não me fazem tremer
Pois sei ter nascido nu de idéias, prenhe de incertezas
Alienado de qualquer obstáculo a temer
Enfrentando medos escritos em tantas faces secretas!

Máscaras não existem em meu rosto
Apenas o amor literal, puro como leite e água
Vazio dos outros corações inflamados
Incendiados pelo mundo que carrego na mente sem mágoa.

Sincero e assustador
Cá estou a conhecer os sons do inverno...
Sigo o destino romântico da flor
Ainda por entre o dantesco inferno
Dos sonhos esmagados na senda
Das estradas em sangue...

Sincero... assustador... sigo a jornada da rosa:
Nascer, pulsar, desabrochar
Levando aos corações inflamados
O adorável perfume do amor perfeito!

Ser sincero... ser assustador... ser a rosa
Eis meu destino: encontrar a dama imperfeita
Captar na imensidão dos seus olhos, a perfeição ausente
E por essa razão amá-la por eternidades incansáveis
Com a mais nobre intenção de jamais ser amado...

Romântico...
Sincero...
Assustador...
Ser a própria rosa divina e sagrada...
Eis meu destino:
Acreditar na infinidade daqueles olhos negros
Visitando minha alma em noites de ardor
Ver as lágrimas que brotam apenas na alma
Ser a própria encarnação do amor!
Armando Santos 

Última Flor (01/05/11 –22h38min – Simões Filho)


A Juci, minha namorada
Sete dias encantados
Para uma rosa povoar o pensamento
Traduzir a imensidade
Oferecer esse momento.

Conheço pouco sua aparição
Desejo, porém, sentir mais
Essa beleza tímida
Envolta em olhos de mel.

Teu nome deveria se chamar coragem
Pois não percebe os estereótipos deste tempo
Uma era de medos e anseios fúteis
Por onde caminham solidão e sofrimento.

Já deixou o preconceito
Firme, tal qual rosa desabrochando, me abraça
Beija meus lábios, deixa-me tonto com a voz
De uma deusa que me enlaça!

Já deixou o preconceito para trás...
Uma era de medos e anseios fúteis
Cessa quando seus cabelos desafiam o vento
Inalando o ar dos nossos olhares...

Tenho tão-somente versos
Elevando-me a seu encontro
Quando a aura não brilha perto...
Última flor do meu jardim
Existo apenas para conhecer a dor
Resisto, porém, às lembranças tristes
Outrora aprisionando meu amor!

Tenho tais versos
Escritos na alma cansada
Querendo um por de sol suave
Uivando como lobo ferido na madrugada
Existindo... resistindo... sonhando
Rever no corpo a ideia da infância:
Ouvir a cada dia a voz amada...
Armando Santos